Fonte: Tribuna do Norte
Olhar para os dois lados; priorizar o uso da faixa de pedestres; evitar o uso de fones de ouvido e de celulares durante caminhada por ruas movimentadas; sempre que possível andar pela calçada; e não atravessar a rua por trás de carros, ônibus e outros obstáculos que dificultem o pedestre de ser visto por motoristas. São conselhos básicos, mas que fazem toda a diferença quando a segurança de quem circula a pé está em jogo. No Rio Grande do Norte, 1.380 pedestres foram indenizados por acidentes no primeiro semestre deste ano, o equivalente a quase oito vítimas por dia. Um número 65,07% superior ao registrado (836 vítimas) no mesmo período de 2018.
Ontem, dia 8 de agosto, Dia Mundial do Pedestre, mas o Brasil não tem motivos para comemorar: no País 46.866 pedestres foram indenizados, entre os meses de janeiro e junho, por terem se envolvido em acidentes de trânsito – cerca de 260 pessoas por dia.
As indenizações podem ser por morte (R$ 13,5 mil), invalidez permanente (de R$ 135 a R$ 13,5 mil); ou por reembolso de despesas médicas (até R$ 2,7 mil). Entre janeiro e junho de 2019, foram pagas mais de 155 mil indenizações em todo o Brasil e os casos envolvendo pedestres representa 30,23%.
Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Paraná e Ceará estão no topo da lista, o RN aparece em 14º lugar logo atrás da Bahia.
Os dados foram divulgados nessa quinta-feira (8) pela Seguradora Líder, empresa responsável pela administração do Seguro DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de via Terrestre) desde 2008, e indicam que “os pedestres representam a segunda categoria que mais recebe o benefício por acidentes de trânsito”, atrás dos motoristas e à frente das ocorrências com passageiros.
“Os pedestres são os componentes mais frágeis do trânsito, e a falta de atenção é uma das principais causas de acidentes”, disse Arthur Froes, superintendente de operações da seguradora. Froes reforça que as leis de trânsito valem para todos. “É importante que condutores e pedestres respeitem a sinalização e as regras de segurança para uma boa convivência no trânsito”, avaliou.
Dentre os 1.380 pedestres indenizados no RN de janeiro a junho deste ano, 82 pessoas morreram, 1.199 acionaram o seguro devido invalidez permanente; e 99 potiguares pediram reembolso das despesas médicas.
“Quem trabalha com educação como eu, precisa abordar esse tema em sala de aula. O ideal é passar orientações sobre segurança no trânsito desde cedo, na primeira infância”, disse a pedestre e professora Maria da Conceição Paiva, que deu umas “aulinhas para as crianças aprenderam a atravessar a rua”.
Para ela, Natal não prioriza o pedestre: “Deveria ter mais faixas e passarelas, também falta pintar e sinalizar melhor as faixas que existem”, destacou.
O servidor público Adriano Bezerra Gomes, que circulava com os filhos de 12 e 14 anos pelo bairro Cidade Alta na tarde de ontem, compartilha da mesma opinião: “Faltam faixas em Natal, e as calçadas são impraticáveis, sobretudo para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção”, disse Gomes, que se mostrou preocupado com a “falta de respeito dos motoristas” diante de uma faixa de pedestre.
“Sempre explico, para reforçar, como se deve atravessar uma rua. Atenção é fundamental”, ensinou Gomes.
82 pessoas morreram
1.199 acionaram o seguro devido invalidez permanente
99 pediram reembolso das despesas médicas
155 mil indenizações pagas no período em todo o Brasil
46.866 pedestres (30,23% do total) foram indenizados no primeiro semestre deste ano
260 pedestres, em média, por dia, foram indenizados pelo DPVAT no período no País